O que vi e aquilo que pude assistir durante estas férias, foi para esquecer e nunca mais reviver.
Vivemos um período mau…muito mau, asseguro-vos com frontalidade e sem rodeios e ambiguidades de espécie alguma. O que eu vi, foi triste e desolador!
Vi um país pobre, com pessoas tristes, abatidas e com uma esperança diminuída!
Vi, afinal, um território desertificado, queimado e muita miséria disseminada nos rostos e no quotidiano daqueles que perderam os seus empregos e que agora muitos lutam com todas as suas forças, mas que continuam infelizmente à mercê da caridade e da solidariedade de todos nós.
O abismo e o beco sem saída espreitam! A solução para muitos confrontados com esta realidade, é continuar a lutar …sem desesperar e acreditar sempre…sempre!
Contrastando com esta dura realidade, vimos outros ostentando uma feição alegre e pavoneando-se nos recintos das festas, nas procissões ou nas missas, apelando sordidamente à união e disponibilizando o seu apoio solidário para a defesa de causas. Não acreditemos nestas profecias. Sabemos afinal, que eles fazem também parte do lote daqueles que ajudaram a agravar alguns problemas e são responsáveis por este estado de “sítio”. Não são só os impostos decretados por este governo, mas também os impostos/taxas autárquicas que sobem sem cessar!…
Não é suficiente tocarem-nos insistentemente ao ouvido que vivemos um período de grande crise europeia e mundial, agravadas internamente, pelo cumprimento das imposições da “troika”.
Todos sabemos quem são os culpados! O resultado das incompetências e má gestão dos vários governos desde há uma década …é a razão e causa principal. Mesmo assim, continuamos, vezes sem cessar, ávidos a aguardar pela solução milagreira ou, então, a acreditar nas promessas surrealistas e intemporais, proferidas pelos seguidores dos “tachos” e das benesses acalentadas umas, idealizadas outras, durante as campanhas eleitorais.
Doravante, a nossa postura tem que ser outra, mas passará sempre pela via democrática. O ideal, será reivindicarmos atributos de competência, honestidade, eficácia, trabalho realizado e provas dadas, entre outras, ou então, imputar-lhes responsabilidade criminal pela gestão ruinosa.
Este será o novo paradigma na defesa do bem público e de evitar situações de uma economia doente e cuja cura tem exigido correspondência de muitos, sobretudo, daqueles que trabalham por conta de outrem e menos recebem.
Augusto Moura Brito
agosto 2011