São muitos aqueles que conhecem e sabem inúmeras histórias sobre a importância do rio Trancão. A importância económica do rio para Sacavém, aliada à construção dos caminhos de ferro na 2ª metade do século XIX são, em si mesmo, o reflexo da instalação de inúmeras fábricas no seu perímetro e, consequentemente, de um grande afluxo de migrantes do interior de Portugal, com destaque para loriguenses e alentejanos.
Esta imagem fala-nos da dinâmica económica que o rio originava e dos processos industriais ali instalados, com especial destaque para as instalações da Viúva Reis, cais da Trefilaria e da fábrica da cortiça. É este passado com história da actual cidade, que merece ser reinventado e interpretado à luz das novas tecnologias da informação e comunicação. Sacavém e toda a comunidade residente exige que este passado seja restaurado, estudado e divulgado através de pólos de reflexão e interpretação dinamizados na freguesia e em locais de visibilidade e com estudiosos e antigos trabalhadores de molde a transmitirem às gerações do presente e do futuro a história deste lugar e das suas GENTES.
Sacavém tem perdido nestes últimos anos, o seu maior epíteto - Sacavém é outra loiça - pelo facto de ainda não terem sido criados ou dinamizados com pendor e insistência no seu espaço nobre, os tais pequenos pólos de animação de artesãos da loiça e do barro que tanto ajudaram na exaltação do nome de Sacavém. Falta de desígnio, engenho e arte ou laxismo assumido?
Urge alterar este "modus faciendi" e compreender que a pedagogia tem os seus escolhos/dificuldades mas também as suas virtudes inculcados no imaginário colectivo que se pretende seja actuante e fiel depositário daquilo que herdámos.
Imagem retirada da internet - Facebook - atribuída a José Alberto.
Augusto Moura Brito
junho 2011