Numa manhã de Outono, numa fábrica onde a tradição era continuar a obra de um passado que fora brilhante, acabava de chegar Antão Pampilho acompanhado dos seus escopos[2] para começar a sua atividade de diretor e gestor. O espaço era grande, murado, com árvores bem tratadas de pequeno e grande porte e comportava 4 edifícios adaptados e distribuídos numa orientação N/E.
No início da sua ação, iam-se vislumbrando sinais de que o novo quotidiano seria diferente e a nova gramática de gestão rotulada de reformadora e apoiada numa nova ideia de marketing que impunha ideias e propostas sem ter em consideração as pessoas, dizemos nós hoje com convicção, eram por si só um mau presságio para todos os que acreditavam numa praxis hodierna e consentânea com os horizontes de uma modernidade que se impunha e justificava.
Decorridos poucos dias, tal pressentimento e desejo era já considerado injustificável porque a situação agora era nova, o tempo não era muito e, também porque imediatamente se institucionalizaria um “modus vivendi” suportado na submissão e na desumanização assumida e indiferente ao trabalho individual e competente que doravante fora o timbre do sucesso e da primeira opção e escolha de muitas famílias ao longo de muitos anos. Havia contudo muitos que consideravam tal procedimento demasiado macabro e desajustado da realidade vivida.
Com muita timidez, foram-se interpelando pessoas e reanalisando metodologias para interpretar tal desiderato, mas tudo sem um sucesso imediato. Era necessário dar tempo ao tempo, diziam uns, não vale a pena esperar diziam outros, pois estas questões de comando exigem maturação e experimentação permanente, caraterística que não lhe observávamos nem lhe evidenciávamos, transferindo para o tempo, por sinal o guião mais acertado, de melhores e mais acertadas decisões.
…continua!
Augusto Moura Brito
outubro 2011