autoria, edição e produção de Augusto Moura Brito

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Out 12

O nosso sentimento de perda é hoje grande!

Foi destruído um forno comunitário em Loriga, no local denominado de Terreiro do Fundo.

Como foi possível este desastre patrimonial tenha ocorrido numa localidade onde, com a devida e merecida oportunidade, se vem discutindo e reivindicando uma aposta na área do turismo com sustentabilidade?

Todos sabemos que as questões da desertificação são hoje uma praga contra a qual teremos de lutar conjugadamente e, quando observamos estes desvarios que apresentam laivos de um laxismo inqualificável, somos forçados a pensar que as instituições locais e os poderes autárquicos, não estão interessados na requalificação, na defesa e na preservação de uma memória que tem passado de gerações e que todos estimamos e consideramos como um legado a perpetuar e tornar duradouro.

Em conversa com um amigo, ele dizia-me: “Onde anda a confraria da broa? A dita confraria que por acaso é da broa e do bolo negro se calhar não sabiam que era aqui que terminava o ciclo do pão!” Muito provavelmente, estas e se calhar outras da mesma dimensão, são questões que muitos com certeza já colocaram e cuja resposta ainda não vislumbraram ou obtiveram. Estamos certos de que TODOS em conjunto, incluindo a Junta de Freguesia e a Câmara, irão contornar e criar as condições para que o último forno que ainda existe - o do pelourinho - vá ser considerado e classificado como de interesse municipal procedendo-se posteriormente à sua musealização em complementaridade com o ciclo da broa e do bolo negro.   

A história local ensinou-nos e ainda continua a ensinar que a corporização dos legados nos ajudam a conhecer e a compreendermos melhor o que somos. Existem hoje enraizadas na memória das gentes de Loriga, um conjunto de expressões comunicacionais e saberes, produzidos e realizados durante o tempo de duração da cozedura do pão, que o tempo jamais apagará. É este legado que importa preservar, defender e também amar, que não queremos vilipendiar e erradicar totalmente. Ele faz parte integrante de nós, das nossas famílias e de uma comunidade que quer ver registado e transferido para sempre aos seus vindouros.

Senhores presidentes…

Sabemos que os tempos são de crise e as condições económicas e financeiras são precárias e deficientes, mas com algum esforço e muita vontade, vamos com certeza contribuir para que o último forno seja salvo!

Ajudem-nos a adquirir a importância decisiva de afirmação identitária da nossa terra e a consolidar os sentimentos de pertença das pessoas numa comunidade onde a requalificação tem sido profusamente adversa e madrasta.

 

 Augusto Moura Brito

  01 outubro 2012

publicado por sacavem-actual às 23:17

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