Desde muito cedo foi objeto da minha investigação, conhecer mais de perto e sustentadamente, alguns comportamentos e valências psico-sociais e antropológicas de alguns humanos no final do período do Plistocénico e cuja importância social no clã e mais tarde na tribo eram muitas vezes preteridos de uma efetiva participação social. Segundo alguns autores e estudiosos, este comportamento secundário deriva do permanente autismo e do insistente e deficiente cumprimento das indicações emanadas pelos seus chefes, primeiro das mulheres - sistema matriarcal - e depois dos homens - sistema patriarcal.
A sua postura no grupo era desconcertante e deveras atribulada, afastando-se frequentemente, subindo para cima das rochas elevando exponencialmente fonemas desconcertantes e gesticulando desordenadamente os membros superiores e inferiores. Estas atitudes constituíam um perigo eminente para o grupo e, concorriam desta maneira, para que muitos animais se afastassem, fazendo assim diminuir as capacidades de alimento entretanto existentes.
Para uma melhor compreensão deste tipo de comportamento e atitude, ficámos perplexos, quase sem uma explicação plausível, quando nos confrontámos, durante uma escavação sistemática, com um conjunto de esqueletos cuja disposição de alguns estava dispersa, outros estavam sobrepostos e um deles encontrava-se mais distante, próximo de um rochedo. Com a disposição destes indivíduos do grupo, somos levados a colocar a hipótese de que estes humanos pertencerão a um tipo de grupo ainda mal definido e pouco estudado que, durante uma caçada conjugada e estando prestes a consumar algumas presas, foram massacrados por mamutes talvez devido aos fonemas do tal indivíduo.
Hoje, os alimentos são de outra índole e espécie, assemelham-se às vitórias políticas sistemáticas dos audazes e capazes, mas onde muitos necessitados se abeiram à procura de sobrevivência. Ao mesmo tempo e quase sem darmos conta deles, constatamos diariamente com os tais fonemas desconcertantes, agora produzidos por emplastros que vagueiam e deambulam nos ceptros e nas proximidades do poder vivendo numa condição de parasitas e dando voz da sua mediocridade.
Numa ação de valorização complementar de cidadania, o objectivo das sociedades hodiernas é contribuir para uma definitiva extinção desta espécie voraz e trauliteira, fomentando a partilha de um aprendizado e de uma experiência individual ativas, de modo a permitir que o saber fazer do grupo construa uma matriz de dignificação dos homens deste tempo, deste lugar e desta contemporaneidade e, onde os novos ideais e competências, sejam assumidos num verdadeiro sentido de comunicação, informação e formação permanentes.
[1] Período geológico, o mais antigo do Quaternário, com aproximadamente 1,5 milhões de anos, que terminou há cerca de 10 000 anos e durante o qual se detetaram os primeiros vestígios da existência do homem e se considerou o início da Pré-História.