autoria, edição e produção de Augusto Moura Brito

25
Abr 14

Falar de liberdade pode hoje tornar-se uma questão demasiado vulgar, esvaziada do seu conceito semântico e essência substantiva mas, cujo exercício, sendo uma prerrogativa individual, é um dever de cidadania no e pelo coletivo social!

O 25 de Abril de 1974, ao conceder-nos outro papel de sujeitos, exigiu-nos concomitantemente, uma responsabilidade acrescida e empenhada no nosso desempenho diário e contínuo, tomando como prioridade a luta pela igualdade, pela saúde, pela educação e pelo pão…

Passados 40 anos da sua conquista, muitos de nós estão conscientes de que a “tsumanização” – tenho também o direito de criação vocabular - da liberdade, nos direcionou para um terreno árido e atolado de pedregulhos com alguma vegetação parasitária e, onde a germinação e criação era ínfima, quase nula, como tal estéril e onde as situações de bem-estar que, para muitos já eram algumas, mas que devido à pluralidade dos inúmeros defensores das políticas neoliberais que nos rodeiam, tendem a alterar o paradigma que nos tinha saciado de muita miséria e precariedade da vida…

A liberdade não é foro de alguns mas pertença de todos. É também o quotidiano de cada um de nós que nos ajuda a definir e a compreender o seu verdadeiro significado e dimensão. Quantos …muito provavelmente são muitos os que ousam enganar e ludibriar a sensatez e a sinceridade dos mais ingénuos e honestos com promessas vis, ilusórias e mentirosas, em troca de uma liberdade qualquer e ainda por cima caucionada! Diremos sempre que não e jamais toleraremos tal configuração de liberdade. Essa liberdade tal, mais se assemelharia às asas do albatroz que fazendo-se soar mais e mais alto, procura o horizonte no infinito da sua sagacidade e libertinagem atroz.

Escolhemos a liberdade para sermos livres de preconceitos e receitas delineadas nos corredores e gabinetes de um qualquer executivo plutocrata, sempre em desfavor e contra todos os que são do POVO, querem continuar com o POVO e desejam governar com o POVO!

Hoje, passados 40 anos da conquista da liberdade, todos estes anos devem servir para um exercitar, ainda que sistémico, sobre a liberdade assumida e consentida pelos demais. Todos sabemos e temos interiorizado, de que a liberdade atual enferma de constrangimentos decorrentes da conjuntura económica, de quem tem e exerce o poder, do quotidiano individual e do lugar onde se encontre.

É urgente sairmos do conformismo individual e agirmos pela defesa intransigente dos valores de Abril, pugnando por uma sociedade mais humana, mais compreensiva e mais solidária …SEMPRE unidos pelo direito de exercício da liberdade sem quaisquer limitações e receios.

A nossa verdade, mesmo que não seja a única …é nossa de verdade!

A nossa liberdade, mesmo quando vilipendiada … deve ser respeitada por TODOS!

A nossa cidadania, mesmo quando ultrajada …deve ser reabilitada!

Liberdade …liberdade …SEMPRE!

 

Augusto Moura Brito

      25 abril 2014

 

 

 

 

 

 

 

publicado por sacavem-actual às 13:20

13
Abr 14

Falar da história de Loriga, pode tornar-se para muitos um desejo, quiçá, um imperativo! Contudo, construir narrativas onde é visível a inoportunidade e a falta de rigor e de isenção, causa-nos preocupação e incomodidade. Com a democratização e liberalização que hoje existe do acesso às tecnologias da comunicação e informação, os registos sobre Loriga vão proliferando, enfatizando ou banalizando aqui e ali este ou aquele acontecimento, tornando-o muitas vezes marginal das boas práticas e das melhores metodologias que um discurso científico deve considerar e ter como matriz. Felizmente que hoje, neste espaço – Museu da Cerâmica de Sacavém – temos a oportunidade de ter connosco especialistas e investigadores da ciência histórica e do documento, que nos ajudam a trilhar algumas das melhores estratégias da comunicação da história em geral e de Loriga em particular. Estamos certos de que com esta ação, a história e os valores identitários de Loriga e dos loriguesenses, sairão mais enriquecidos e valorizados! Não obstante estas iniciativas, temos conhecimento de que alguns prosadores, vestindo uma capa de doutos esclarecidos, têm por hábito colocar em prosa um conjunto de afirmações, que felizmente a história ciência despreza e critica veementemente! Como agir então perante esses autores dessas narrativas? O nosso conselho, será alterar o seu método de trabalho, pesquisar e analisar com mais cuidado e profusão, avaliar mais criticamente os seus textos, identificar as suas fontes e, só depois, os publicar… Ficar indiferente a tudo isto e, não contribuir para o esclarecimento histórico, parece-nos errado. Se não nos pronunciarmos sobre estes casos ou outros verosimilhantes, mais nos assemelhamos a um colaborador da mentira e estar a contribuir para a negação de causas e valores históricos que vimos defendendo e que a ciência e a verdade histórica exigem. Toda e qualquer síntese histórica, aconselha uma metodologia atenta e meticulosa, onde o historiador procede diretamente por meio de raciocínio e conclua dos vestígios para os factos. O documento é inequivocamente o ponto de partida. Com a metodologia positivista, assente na heurística (pesquisa) e na hermenêutica (análise critica), o historiador afasta-se da visão de patriotismo e de romantismo da história, eliminando o lendário. É a vitória da verdade sobre as “tradições mentirosas”. A história deve ser problemática e não automática, deve ser uma ciência dos homens no tempo e mover-se numa permanente e constante interação entre passado e presente. O historiador deve ser um interveniente ativo na construção do presente de modo a responder aos problemas da atualidade … em conclusão: um investigador e cidadão comprometido. É perante este compromisso que reafirmo a minha intolerância e o meu afastamento pelo conteúdo de alguns textos publicados e muitas das vezes aceites e tolerados por muitos responsáveis institucionais. Destacamos alguns desses casos:

• É vulgar designarem a ponte situada no lugar da “moenda”, como de ponte romana. Na década de 60 (tempo em que frequentei a primária) que ouvia chamá-la de “ponte nova”. Não existe nenhuma ponte romana, mas sim o local onde provavelmente deveria ter havido uma, em virtude de ainda hoje serem visíveis os vestígios de uma via romana. Para corroborar esta nossa tese, ver a memória de 1758 onde é referido o número de pontes e as suas caraterísticas. Apenas é referida uma ponte de "cantaria" nesse local!...

• Também já vimos denominar de loricenses os habitantes do lugar de Loriga. Nunca foi encontrado nenhum vestígio epigráfico romano onde tivesse surgido a terminologia de lorica ou loricense. Se existe, publique-se.

• Quanto aos vestígios romanos, só foram encontrados no denominado “Chão do soito” onde, quando de uma prospeção realizada em 1993 e, da qual existem registos recolhidos de fragmentos de cetárias, opus signinum, opus incertum, fragmentos de cerâmica comum, imbrices e tegulas, etc.).

• Afirmam também que a Loriga, foram atribuídos 3(três) forais!… Onde estão? O que existem são documentos – inquirições, cartas de doação, cartas de legitimação e confirmações – e que temos registos, obtidos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, do período entre 1211 a 1500.

• Foral! Só conhecemos um e muito incompleto, o datado de 1514 e que hoje vamos analisar e refletir conjuntamente. Se há outro, publique-se!

Goste de Loriga como nós!

Os loriguenses …merecem!

 

   Augusto Moura Brito

       12 abril 2014

publicado por sacavem-actual às 12:12

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